quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Helvetica, o filme


Pensamos que a tipografia é preto e branco. Tipografia na realidade é branco, nem chega a ser preto. É o espaço entre as áreas em preto que forma a tipografia. Num certo sentido é como a música. Não são as notas, é o intervalo entre as notas que compõe a música.

Massimo Vignelli, designer italiano (Helvetica, 2007)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

COMEÇAR DE NOVO

Enviado por Luis Fernando Gigena, de Itajaí, Santa Catarina:

Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu:

Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não tolerava o frio
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não me lembrava dos idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.

domingo, 23 de novembro de 2008

Blitzkrieg


Londres, 1940. Livros resistem aos ataques de Hitler. A foto ilustra capa de “A paixão pelos livros”, publicado pela editora Casa das Palavras.

(Harrison, Getty Images)

sábado, 22 de novembro de 2008

The watchmen

“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça. É através da publicidade que os povos respiram.”

A Imprensa e o Dever da Verdade (Rui Barbosa)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fim da Era Bush



Seu orgulho [de McCain] é ter sido prisioneiro na Guerra do Vietnã e, segundo afirma, torturado pelos comunistas. Só não diz que era ele que estava massacrando, bombardeando os miseráveis vietcongues que lutavam na lama. Ele era o criminoso abatido - não a vítima.

Arnaldo Jabor, in O Estado de S. Paulo (4/11/08)

sábado, 1 de novembro de 2008

“Fala-nos dos filhos”

Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. E, embora vivam convosco, a vós não pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, Pois eles têm seus próprios pensamentos.Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis faze-los como vós, Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. Vós sois o arco dos quais vossos filhos, quais setas vivas, são arremessados. O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com Sua força para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria: Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco, que permanece estável.

Dos Filhos (Gibran Khalil Gibran)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Espelho, espelho meu...


O Alquimista pegou num livro que alguém na caravana tinha trazido. O volume estava sem capa, mas conseguiu identificar o seu autor: Oscar Wilde . Enquanto folheava as suas páginas, encontrou uma história sobre Narciso.

O Alquimista conhecia a lenda de Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar a sua própria beleza num lago. Estava tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, a que chamaram narciso.

Mas não era assim que Oscar Wilde acabava a história.

Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades - deusas do bosque - e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de águas salgadas.

- Por que choras? - perguntaram as Oréiades .

- Choro por Narciso - disse o lago.

- Ah, não nos espanta que chores por Narciso - continuaram elas. - Afinal de contas, apesar de todas nós corrermos atrás dele pelo bosque, tu eras o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza.

- Mas Narciso era belo? - perguntou o lago.

- Quem mais do que tu poderia saber disso? - responderam, surpresas, as Oréiades . - Afinal de contas, era nas tuas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse:

- Eu choro por Narciso, mas nunca tinha percebido que Narciso era belo.

"Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se debruçava sobre as minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza refletida."

Paulo Coelho, in O Alquimista (Ed. Rocco)

sábado, 25 de outubro de 2008

Imagem do ano!


O presidente na Academia Brasileira de Letras. Lula assinou o decreto que sanciona a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa.

sábado, 18 de outubro de 2008

Roboticídio



– Sou o Cidadão Elijah Baley, da Terra, e desejo falar com o Mestre Roboticista Kelden Amadiro.
– Marcou hora, Cidadão?
– Não, senhor.
– É preciso marcar, se deseja vê-lo... e não há hora disponível nesta semana nem na próxima.
– Sou o detetive Elijah Baley, da Terra...
– Entendi bem quem é. E isso não altera os fatos.
– A pedido do Dr. Han Fastolfe e com autorização da Legislatura do Mundo de Aurora, estou investigando o assassinato do robô Jander Panell... – começou Baley, quando foi interrompido.
– O assassinato do robô Jander Panell? – perguntou Cicis, com um desprezo que a polidez não mascarava.
– Roboticídio, então, se prefere assim. Na Terra, a destruição de um robô pode não importar muito, mas em Aurora, onde os robôs são tratados mais ou menos como seres humanos, pareceu-me poder usar a palavra "assassinato".
– Contudo, seja assassinato, roboticídio ou nada disso, continua sendo impossível ver o Mestre Roboticista Amadiro.
– Posso mandar-lhe um recado?
– Pode.
– Será entregue a ele imediatamente? Já?
– Posso tentar, mas evidentemente não posso garantir.
– Assim está bem. Vou me referir a várias coisas e numerá-las. Talvez o senhor quisesse anotá-las.
Cicis esboçou um sorriso.
– Acho que sou capaz de lembrar.
– Primeiro, onde há um assassinato, há um assassino, e eu gostaria de dar ao Dr. Amadiro uma possibilidade de se defender...



Os Robôs do Amanhecer (Isaac Asimov)

Novos pictogramas

sábado, 11 de outubro de 2008

"Cacique Seattle" brasileiro

Resposta atribuída a Cristovam Buarque, quando questionado sobre a "internacionalização" da Amazônia em suposto encontro realizado nos EUA, no ano 2000:

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. (...) Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França (...).


Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade.


Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.


Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.


Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja só nossa!



sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Alter egos"

Elizabeth McGovern em "Era uma vez na América".
No detalhe, Ana Paula Arósio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Bem-aventurados os ignorantes

O quão infinitamente boa é a Providência ao haver estabelecido, em seu governo da humanidade, limites tão estreitos para nossa visão e conhecimento das coisas. Embora o homem circule em meio a tantos milhares de perigos, se todos lhe fossem revelados certamente lhe pertubariam a mente e enfraqueceriam a coragem. Assim, por não prevermos os acontecimentos e ignorarmos os riscos que nos cercam, permanecemos calmos e serenos.

As aventuras de Robinson Crusoé (Daniel Defoe)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Patense fez ponta em gibi americano


Flagramos o ilustre radialista Edson Geraldo, o nosso Gegê, em cena de "Palestina", comic book de Joe Sacco (pág. 55).

sábado, 4 de outubro de 2008

Acervo virtual

Cara-pálida, no link abaixo, você tem acesso a uma biblioteca com mais de 600 obras de autores como Shakespeare, García Márquez e Saramago:

Ebooks_PT-BR.html

Fonte: F.A.R.R.A.


Clique AQUI para assinar a petição pelo veto ao projeto de "cibercrimes".

Se, como diz o projeto de lei, é crime 'obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores', (...) o simples ato de acessar um site já seria um crime.


Jornalismo em quadrinhos



Ele [o repórter-fotográfico] procura por um instante. Mas eu busco uma época.


(Joe Sacco, quadrinista europeu)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sex-sufrágio


Manchete do Patos Hoje: "Mais de 600 homens vão fazer a segurança nas eleições 2008 na região".

E quanto ao efetivo do sexo feminino, cara-pálida, não será convocado?



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"O petróleo é vosso"

A Petrobrás e o pré-sal

Editorial da Hora do Povo, de 5 de setembro:

De 1953 a 1995, o Brasil, como resultado da campanha do “Petróleo é Nosso”, teve o monopólio estatal da exploração e produção do petróleo - também do refino, fornecimento de derivados às distribuidoras, importação e exportação. Foi esse monopólio exercido pela Petrobrás que nos permitiu descobrir petróleo e formar um corpo técnico capaz de desenvolver a tecnologia para explorar essa riqueza, primeiro em terra, depois em águas rasas e em seguida em águas profundas.

O país fez bem em não dar ouvidos aos representantes das multinacionais que repetiam à exaustão: “o Brasil não tem petróleo”.

Tanto empenho da parte de corporações pouco dadas à filantropia em nos poupar de um esforço inútil dava para desconfiar.

(...) Em 1995, no auge da nefasta onda neoliberal, o governo FH conseguiu quebrar o monopólio estatal e impor, em 1997, a lei 9.478.(...) A Petrobrás foi transformada numa qualquer, que deveria disputar com as multinacionais, em leilões organizados pela Agência, o direito de pesquisar e explorar as áreas oferecidas.Mais. Foi canibalizada, enfraquecida e desfigurada, como preparação para sua privatização.

Mas a Petrobrás resistiu a tudo. E foi arrematando a quase totalidade das áreas apresentadas nos leilões. Em diversos casos, menos pelo interesse imediato despertado por elas e mais pelo objetivo deliberado de evitar que nossas reservas passassem às mãos dos capitais externos.

Graças a esse esforço e ao apetite ainda mediano das multinacionais em relação ao nosso petróleo, a Petrobrás levou o Brasil a manter seu controle sobre as reservas, a conquistar a auto-suficiência e a iniciar, em 2005, a perfuração do pré-sal.

(...) Diante disso, o que se espera de um governo comprometido com o Brasil é que restabeleça o monopólio estatal da exploração e produção de petróleo, pelo menos do pré-sal, devolvendo-o à Petrobrás e retirando da ANP o direito de transferi-lo a terceiros.

(...) O fato é que a Petrobrás tem todas as condições de dar conta da exploração do pré-sal em perfeita sintonia com os interesses nacionais, como já demonstrou ao longo de sua história.Já as multinacionais não têm a mínima condição de fazer o mesmo. Se o pré-sal lhes for franqueado, seja através do absurdo regime de concessões, ou dos contratos de serviço, vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para expulsar a Petrobrás de lá, porque é da natureza desses tipos de monopólios privados agir assim - como aliás já mostraram ao manipular a ANP à luz do dia.


leia íntegra

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Best Weblog Portuguese

Liviano e Ócio estão concorrendo ao The Bobs 2008 como melhor blog em português, entre outras sub-categorias. Abaixo, as instruções para votação:

1) Acesse http://www.thebobs.com/blogmap/?l=en;

2) Uma vez aberto o mapa, digite Patos de Minas no espaço disponível na parte de cima, sobre o próprio mapa;

3) Clique sobre “Location” (aparece logo abaixo, à direita do campo em que se digitou o nome da cidade), ou simplesmente aperte enter.

4) Uma nova guia vai se abrir; escolha a opção “Best Weblog Portuguese” e clique sobre “Send”.

Obs.: para votar em Liviano, não clicar sobre o blog 4, que está desativado. O atual foi recadastrado com outro número (5, neste momento).

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Redundância



Frase estampada na capa do DVD O caçador de Pipas: "Baseado no best-seller com mais de 1,1 milhão de livros vendidos no Brasil".

É o mesmo que escrever "baseado no livro com mais de 1,1 milhão de livros vendidos...", pois best-sellers são os próprios livros.

Logo, uma forma correta seria "...best-seller com mais de 1,1 milhão de exemplares vendidos".

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Estado de S. Paulo digital

O jornal O Estado de S. Paulo disponibiliza diariamente sua versão impressa na íntegra. O acesso é gratuito:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/


Se preferir, clique na opção JORNAL DIGITAL no menu para folhear as edições.






sábado, 9 de agosto de 2008

Pimenta e refresco

Diogo Mainard acionou judicialmente o portal iG e o jornalista Luís Nassif pela série Veja: um retrato falado, em dez capítulos, na qual a Inominável e seu colunista são acusados, entre outras falcatruas, de fazer ataques sob encomenda de lobistas, em troca de verbas publicitárias.

Curioso, cara-pálida... Há menos de 2 anos, quando o jornalista e apresentador Paulo Henrique Amorim entrou com uma queixa-crime contra difamações de Mainard, este defendera que questões de imprensa devem ser resolvidas na imprensa, e não nos tribunais. “Jornalista que processa jornalista é maricas", afirmou.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Justiça divina

A liberdade de decisão e a consciência interior situam o juiz dentro do mundo, em um lugar especial que o converte em um ser absoluto e incomparavelmente superior a qualquer outro ser material.

Adriana Sette da Rocha Raposo, juíza do Trabalho (Santa Rita, PB), em 21/09/07.

Fonte: Conjur

terça-feira, 22 de julho de 2008

Bi!



O editor Manoel de Souza acaba de nos informar que Mundo recebeu o prêmio HQ MIX 2008. A revista, que estreou em 2006, foi reconhecida como a “Melhor Publicação Sobre Quadrinhos” pelo segundo ano consecutivo.

A 11ª edição já está nas bancas das capitais. Às do interior, só chega em setembro. A carreira do inglês Neil Gaiman é um dos destaques, com oito páginas.

A participação do leitor também é bastante valorizada. São cinco páginas de desenhos, críticas e sugestões. Apenas precisam corrigir o nome da seção: Superleitores, sem espaço.

Abaixo, a equipe vitoriosa, em São Paulo, recebe o primeiro troféu (2007).



domingo, 13 de julho de 2008

Guerra digital


A foto acima, distribuída pela agência France-Presse, apesar de grosseiramente adulterada, foi estampada nas primeiras páginas dos principais jornais no mundo inteiro na semana passada. Abaixo, a imagem dos mísseis iranianos original.



Fonte: The New York Times

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cópia suprema


Tanto pela qualidade do roteiro (Mark Millar) quanto pela arte rigorosa (Bryan Hitch), a HQ Os Supremos é uma das melhores minisséries dos últimos anos. Numa das seqüências mais memoráveis, logo na abertura do primeiro volume, o exército Aliado, liderado pelo Capitão América, tenta impedir a destruição de Washington, capital, por bomba atômica criada pelos nazistas.

Adriano Sousa, do Patrulha Noturna, enviou-nos várias imagens de um book do filme "O Resgate do Soldado Ryan", postadas em um fórum de quadrinhos. Veja abaixo algumas cenas copiadas do filme. O desenhista sequer disfarçou.

A referência fotográfica é expediente bastante comum e não caracteriza, necessariamente, fraude ou má-fé, mas Hitch deveria ter citado sua fonte. A omissão do desenhista é ainda mais incompreensível porque os modelos de seus personagens, assumidamente, são atores de cinema, como por exemplo Brad Pitt e Kevin Costner nos papéis de Thor e Gavião Arqueiro, respectivamente.


terça-feira, 1 de julho de 2008

Data venia

Questão de 1ª fase do 79º CONCURSO DE INGRESSO À CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Com relação a incompetência absoluta é correto afirmar que:

I) a incompetência absoluta deve ser argüida através de exceção, como modalidade de resposta do réu;
II) compete ao réu, na contestação, antes de discutir o mérito, alegar incompetência absoluta;
III) declarada a incompetência absoluta, todos os atos processuais praticados pelas partes e pelo juiz serão nulos;
IV) a incompetência absoluta pode ser declarada por ocasião da apresentação do recurso de apelação.

De acordo com o gabarito, a opção IV (“a incompetência absoluta pode ser declarada por ocasião da apresentação do recurso de apelação”) é verdadeira. Todavia, cabe tão-somente AO JUIZ DECLARAR incompetência (seja ela absoluta ou relativa), podendo a parte apenas argüi-la, alegá-la, deduzi-la. Vejamos o que diz o Art. 113, caput e §§ 1o , do CPC:

“A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas.”

Logo, a parte não “DECLARA” incompetência, mas SOLICITA tal declaração ao magistrado “por ocasião da apresentação do recurso de apelação”. Nesse sentido, para que a assertiva estivesse correta, deveria estar assim redigida: “A incompetência absoluta pode ser deduzida (ou alegada, apontada, demonstrada, suscitada, debatida, afirmada...) por ocasião da apresentação do recurso de apelação.”

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Prato atípico



Para marcar os 100 anos da imigração japonesa, celebrada hoje (data da chegada do navio Kasato Maru, transportando 165 famílias, após 2 meses de viagem) a Globo mostrou nos últimos dias uma série de reportagens sobre algumas peculiaridades culturais daquele povo. A utilização dos 5 sentidos na degustação das refeições, por exemplo, seria uma das razões para a longevidade dos japoneses, que vivem cerca de dez anos a mais que os brasileiros.

Ao preparar uma receita para o Jornal Hoje, a entrevistada de Sandra Annemberg esclarece que os hábitos alimentares no Japão são muito mais saudáveis porque os japoneses, além de se servirem uma única vez, "comem mais peixe do que carne".

De fato, cara-pálida, trata-se de um costume de difícil assimilação para nós, ocidentais. Será que os peixes nipônicos são considerados "frutos" do mar e sua parte comestível, polpa?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

"Sou um selvagem e não compreendo"









Cacique Seattle (1786-1866),
homem que inspirou o mais
famoso libelo ecológico



Cara-pálida, neste Dia Mundial do Meio Ambiente houvemos por bem reproduzir o texto com o qual o cacique Seattle teria declinado proposta indecorosa feita à sua tribo pelo governo americano. A versão a seguir é a que escrevemos, a partir das várias existentes, para o site da Caros Amigos por ocasião do 150° aniversário da suposta "carta".


****

"O presidente declarou em Washington que deseja comprar nossa terra. Como pode comprar-se ou vender-se o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha para nós. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que, se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. Se nós a decidirmos aceitar, imporei uma condição: ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá também aos filhos da terra. Disto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra. Disto sabemos: todas as coisas então ligadas como o sangue que une uma família.

Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos das florestas densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.

Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. ...É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos (e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): Deus é um Só, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.”

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Como se fosse ontem


Alessandra Beber estava em Mogi das Cruzes vendo TV quando de repente toca a vinheta do plantão da Globo. “Ih, alguém morreu!”, foi o que pensou. Em São Paulo, Thomaz Magalhães havia trabalhado até altas horas e acorda com um telefonema de sua filha. A voz dela estava estranha. Assustado, o jornalista já foi perguntando o que era, onde ela estava. Estava tudo bem, tranqüilizou-o, mas era para o pai ligar a TV. Em outra parte da capital, a estudante Janaina Viegas seguia no ônibus que a levaria pra casa quando começou a passar a notícia no rádio e um monte de pirralhinhos da quarta série começou a dizer que o mundo ia acabar.

Longe dali, na cidade de Caguas (Porto Rico), Victor Vega ouve um programa de análise política (que seria extinto logo depois) quando o locutor anuncia: "Vamos a interrumpir este programa porque ha empezado LA TERCERA GUERRA MUNDIAL”. A oficina onde Victor trabalhava liberou os funcionários mais cedo para acompanharem de casa as notícias da guerra. Fernando Artmann chegou atrasado ao escritório, em Detroit (EUA), e ao dar "bom dia" a recepcionista respondeu com um "bom por quê?". Ali também ninguém trabalhou nesse dia. Todos correram pra frente dos aparelhos de TV, onde muitos permaneceriam por 14 horas seguidas, assistindo à mesma cena.

Exatamente uma semana antes, Shadrack Diego e seus amigos estavam conversando sobre a última aula de História, sobre todas as guerras que o mundo já passou e no final acabaram falando de política. Chegaram à conclusão que estava tudo muito parado e que logo logo poderia acontecer algo grandioso na história do mundo. “No outro dia eu e meus amigos nos reencontramos”, conta o estudante de Brasília (DF), “e ficamos de cara porque a nossa ‘previsão’, uma semana antes, tinha se tornado realidade”.

Outra aula de historia começaria para a estudante Bela Schor quando a professora entrou na sala contando a calamidade. As aulas foram canceladas. No dia seguinte o colégio estava cheio de carros de polícia. O colégio, situado no Recife (PE), é judeu.

A mineira Sofia Paz estava numa escola norte-americana, em Nova York, quando os professores foram chamados para uma reunião. Meia hora depois, voltaram e levaram todos os estudantes para o gym, onde horas depois ela e seus colegas, um a um, seriam apanhados pelos pais. Nenhum dos estudantes sabia o que estava acontecendo até os pais falarem com eles. Quando Sofia saiu da escola já era tarde. Atravessaram o parque para pegar a irmã. Devido às muitas barreiras impostas pelo estado de sítio, foram pra casa a pé. Muitos colegas só chegaram em casa depois de 7 da noite. Heron Trierveiler também estava na escola. Chegou em casa, em Pomerode (SC), e viu na TV prédios em chamas. Nas primeiras horas o número estimado de vítimas era 30 mil.
****

Obedecendo ao telefonema da filha, Thomaz Magalhães ligou a TV e deu de cara com a cena de um avião atravessando um arranha-céu. Ficou acompanhando um tempo e saiu de casa. Na padaria, todos estavam perplexos. “Mas como era de se esperar, havia gente gostando, achando bom”, lamentou. Robson Faria, belo-horizontino hoje residente em Patos, estava no trabalho e quando chegou à sala do chefe (no caso, o próprio pai) a TV estava ligada. Logo que sentou para assistir, rolou a segunda colisão. “Foi ruim pelo número de pessoas que morreram, mas foi bom porque mexeu no ego dos norte-americanos”.

Em Porto Alegre, Jorge Schneider estava conectado ao Terra e ao mesmo tempo assistia à TV quando deram as primeiras chamadas. “Ninguém na internet ou na TV sabia o que estava acontecendo direito”, disse. “Por causa da neblina um avião teria colidido contra o WTC.” O carioca Luiz Carlos da Costa Pereira, porém, não conseguia acessar nenhum site por causa do congestionamento das linhas. Ligou para casa e seu irmão disse que aviões atacaram os prédios mais altos de Nova York. Luiz Carlos pensou: “Que país seria louco o suficiente para enviar CAÇAS para atacar os EUA?”.

Marcelo Peron estava na cantina da sua escola, em Garça (SP), comendo um pastelão de frango com catupiry da dona Sônia. Olhou pra TV e viu o avião estatelar-se contra a torre. Pensou que tinha sido acidente: “Como nego é cego, olha o tamanho do prédio e tem gente que ainda tromba”. Rod Ess e sua mãe ficaram pasmos com aquelas imagens. Mãe e filho olhavam um para o outro, e novamente para o 767 batendo no prédio. Ela é comissária e um dos aviões em que voa é justamente o 767. Ambos sabiam que não podia ser um acidente. Minutos depois, veio o segundo impacto.

A carioca Daniela Morais estava vendo TV com a irmã, em Londres. De repente, começa a passar esta legenda: "o WTC está sendo atacado. Mude para o canal X para ter mais notícias". Elas mudaram para a tal estação e em poucos segundos caiu a segunda torre. Daniela tinha que sair, mas a irmã tentou impedi-la, falando que podiam atacar Londres também, coisa e tal. Mas Daniela foi. No metrô, havia muitos policiais, mais do que o normal. Tinha telão mostrando os acontecimentos, um monte de gente parada, incrédula, e o policiamento dobrado olhando todos os lugares, buscando algo. “Caramba, parecia coisa de cinema!”

“Eu estava dormindo, minha mãe me acordou dizendo que estavam explodindo as torres gêmeas e eu perguntei se a guerra já tinha começado”, diz Fernanda Sonim, de Perdizes (SP). Outra que estava dormindo no momento do ataque era Juliana Blondie. Seu pai a acordou umas dez da manhã e disse: “Minha filha, atacaram o World Trade Center”. Ela respondeu “E eu com isso?” e voltou a dormir.

sábado, 31 de maio de 2008

'A odisséia explicada' é uma aula de interpretação


Se você apreciou 2001 - Uma Odisséia no Espaço, adaptação do livro de Arthur C. Clarke (1917-2008) feita por Stanley Kubrick (1928-1999) e ainda não assistiu à animação gráfica The space odyssey explained vale a pena ligar o som e conferir (o vídeo tem versão também em português).

Dividida em quatro partes, a produção da New Media Giants leva o internauta a um tour pela simbologia presente no filme, segundo a perspectiva do próprio cineasta.

As metáforas na parte dois, especialmente, trazem uma leitura que passa despercebida quando decolamos pela primeira vez nesse clássico da ficção científica. Nas palavras de Da Vinci, "quanto mais se conhece, mais se aprecia".

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Mistura perigosa



O índice de crimes e acidentes envolvendo o consumo de bebidas alcoólicas é cada vez maior, assim como o público consumidor é cada vez mais jovem. Medidas para tentar reverter esse quadro, como a proibição da venda desses produtos em rodovias e restrições à sua divulgação em determinados horários, deixaram indignados comerciantes e publicitários preocupados apenas com seus próprios interesses. Abaixo, a íntegra de nota divulgada na TV pela Associaçao Brasileira de Agências de Publicidade (Abap):

Querem proibir
a publicidade de cervejas no Brasil.

Como se a publicidade
fosse a culpada pelos irresponsáveis
que dirigem embriagados

pelos criminosos
que vendem bebidas a menores,

pelos covardes
que praticam violências
de qualquer espécie.

Não.
A publicidade não faz isso.

O problema não está
na liberdade de expressão
de uma maioria
que cumpre as leis.

Está na liberdade de ação
de uma minoria que viola essas leis.


A peça foi criada pela agência F/Nazca, que também assina campanhas para a Skol. Apesar de responsável por disciplinar as normas éticas para publicidade de bebidas alcoólicas, o Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (CONAR) não restringiu o anúncio da Abap, flagrantemente enganoso e abusivo, nos termos do artigo 37 do CDC:

- Art. 37 - É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1º. É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2º. É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3º. Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Escola de Cartunistas


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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Casa nova

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