Conhecia um [garoto], de cerca de oito anos de idade, cujos triunfos em acertar no jogo do "par e ímpar" atraíam a admiração geral . Este jogo é simples e joga-se com bolinhas. Um jogador tem na mão certo número dessas bolinhas e pergunta a outro se o número é par ou ímpar. Se a adivinhação dá certo, o adivinhador ganha uma bola; se está errada, perde uma. O menino a quem me referi ganhava todas as bolas da escola. Tinha ele, sem dúvida algum meio de adivinhação e este consistia na simples observação e comparação da astúcia de seus adversários.
[...] Quando perguntei ao menino por que era efetuada aquela perfeita identificação na qual consistia seu êxito, recebi a resposta que se segue:
“Quando eu quero descobrir quando alguém é sensato, ou estúpido, ou bom, ou perverso, ou quais são seus pensamentos no momento, componho a expressão de meu rosto, tão cuidadosamente quanto possível, de acordo com a expressão dele, e então espero ver que pensamentos ou sentimentos são despertados na minha mente ou no meu coração, como para se equiparar ou corresponder à minha fisionomia".
Edgar Allan Poe
In: A carta furtada
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
"Par ou ímpar?"
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