Os ministros do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, [...] dois advogados medíocres, cultivados à sombra do poder petista para chegar onde chegaram, [...] possivelmente seja o primeiro caso comprovado de juízes de laboratório.
Alguns inocentes chegaram a acreditar que Dias Toffoli se declararia impedido de votar no processo do mensalão, por ter advogado para o PT durante anos a fio. Participar do julgamento seria muita cara de pau, dizia-se nos bastidores. Ora, essa é justamente a especialidade da casa.
[...] Quando se deu o escândalo do mensalão, Dias Toffoli era nada menos do que subchefe da assessoria jurídica de José Dirceu na Casa Civil. Os empréstimos fictícios e contratos fantasmas pilotados por Marcos Valério [...] eram coordenados exatamente da Casa Civil. O ministro está julgando um processo no qual poderia até ser réu.
[...] Seria coincidência, ou esses funcionários da revolução têm como pré-requisito a mediocridade?
Como se sabe, antes da varinha de condão de Dirceu, Dias Toffoli tentou ser juiz duas vezes em São Paulo e foi reprovado em ambas. Aí sua veia revolucionária foi descoberta e ele não precisou mais entrar em concursos. [...] Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá, e depois de advogar em campanhas eleitorais do partido alçou voo à Advocacia-Geral da União. É claro que uma carreira brilhante dessas tinha que acabar no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Lewandowski vivia de empregos na máquina municipal de São Bernardo do Campo. Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas administrativas loteadas politicamente têm o poder de transformar militantes medíocres em grandes personalidades nacionais – como comprova a carreira igualmente impressionante de Dilma Rousseff. Lewandowski virou juiz com uma mãozinha do doutor Márcio Thomaz Bastos, ex-advogado de Carlinhos Cachoeira, que enxergou o potencial do amigo da família de Marisa Letícia, esposa do bacharel Luiz Inácio.
Desembargador obscuro, sem nenhum acórdão digno de citação em processos relevantes, Lewandowski reuniu portanto as credenciais exatas para ocupar uma cadeira na mais alta esfera da Justiça brasileira.
Suas diversas manobras para tumultuar o julgamento do mensalão enchem de orgulho seus padrinhos. A estratégia de fuzilar o cachorro morto Marcos Valério, para depois parecer independente ao inocentar o mensaleiro João Paulo, certamente passará à antologia do Supremo – como um marco da nova Justiça com prótese partidária.
Guilherme Fiuza
In: "Batman e Robin em ação no Supremo". Época, ed. 747, p.16.
2 comentários:
Um sentimento profundo de indignação me assola ultimamente com tanta manipulação midiática, Manoel!Eu fico a me indagar, como pode ainda existir seres tão individualistas e egocêntricos nesta nossa sociedade brasileira? Até quando esta mentalidade de Brasil-colônia vai imperar?
Abração,
Chris
Chris, se por um lado o país é modelo em processo eleitoral, nosso sistema ainda permite aberrações como essa, em que o poder executivo, com aval do legislativo, "elege" a Corte Suprema, a mesma que irá julgar presidente e parlamentares no cobiçadíssimo "foro por prerrogativa".
Grande abraço.
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