sábado, 26 de maio de 2012

Pobre menina




Talvez o desabafo seja o ponto final de uma demorada e penosa trajetória. Muitas vezes, vítimas de abuso só conseguem falar abertamente sobre o que aconteceu quando sublimam, de alguma forma, a violência. Este parece ser o caso de Xuxa. As feridas, que impedem pensar uma vida amorosa, ainda estão expostas.
O primeiro sinal deveria ser percebido no lar. A criança muda de comportamento com alguma pessoa. Pode também aumentar a agressividade ou, ao contrário, o isolamento. Geralmente, o molestador é conhecido.
Pensemos nos milhares de crianças que estão sendo abusadas – e que tal exposição propiciou que isso viesse à tona. As denúncias cresceram 30% após o depoimento. Xuxa, que se conecta com crianças, ajudou-as e a seus pais ao falar de forma tão pessoal de um tema tabu. 

Marta Suplicy, hoje, na "Folha"  (com adaptações).

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Estadão disponibiliza acervo integral na internete



O jornal "O Estado de S. Paulo" (originalmente, "A Provincia de São Paulo") disponibiliza a partir de hoje todas as suas edições. São mais de 2 milhões de páginas abrangendo três séculos de história, entre as quais se destacam a Abolição da Escravatura, a cobertura da Revolta de Canudos feita por Euclides da Cunha e as matérias originais censuradas pela Ditadura.

Acesse gratuitamente: acervo.estadao.com.br

domingo, 13 de maio de 2012

Gênio do mal

Advogado criminal nascido e criado em Patos de Minas faz fortuna em Brasília defendendo políticos denunciados por corrupção


ELE CONQUISTOU FAMA E MUITOS MILHÕES DE DÓLARES utilizando informações privilegiadas e se especializando em salvar o couro de colarinhos-branco, notadamente os do Distrito Federal. O perfil do criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, vulgo "Kakay", foi o destaque da revista Piauí de novembro, cuja capa remete a usurários e publicanos da Idade Média.

Ele é membro de família tradicional de Patos de Minas e sobrinho do glorioso Altino Caixeta de Castro. A mídia local não repercutiu a notícia, enviada a este colunista por um leitor.

"O entrevistado, inclusive, é meu parente, mas o que me chamou a atenção foi a arrogância, e, aparentemente, os métodos nada ortodoxos do fulano para 'se dar bem' na profissão. Como pode alguém se orgulhar de pessoas como José Sarney, ACM etc. a ponto de ter quadros seus (deles) pendurados na parede?"

O fato de os expedientes "nada ortodoxos" citados pelo prezado leitor baterem de frente com o Estatuto da Ordem não impede que o profissional seja promovido em publicações financiadas pela instituição.

* * * *

Antônio Carlos também está no centro do mais recente escândalo nacional: o suposto envolvimento de seu cliente, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), na rede de jogos ilícitos investigada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

“O caso, juridicamente, é simples, esse inquérito não tem como prosseguir”, declarou na semana passada, dois dias antes de o parlamentar renunciar à sigla e evitar sua expulsão do partido. “Há que se investigar o Ministério Público que durante três anos o gravou ilegalmente e há que se investigar por que o juiz determinou que ele fosse gravado durante três anos.”

A inconstitucionalidade dos grampos telefônicos por longos períodos foi tópico de palestra ministrada por Antônio Carlos a estudantes do curso de direito do Unipam, em 2010 (“O advogado criminal no Estado de Direito”), quando discorreu mais sobre os telefonemas que recebe de chefes e ministros de Estado, dentre outras autoridades, do que propriamente sobre escutas clandestinas.

Talentoso, imoral e exibicionista, Antônio Carlos se gaba de pagar quarenta mil reais em um único jantar e de ter roupa de cama personalizada com suas iniciais no Emiliano, referência em “hospitalidade de luxo". Todas as suas causas têm origem em sua rede de influência.

Abaixo, trechos da reportagem de Daniela Pinheiro.

* Ao longo dos anos, de fato, Kakay desenvolveu um acurado canal de comunicação com a mídia. Fala com colunistas, repórteres, diretores de redação e patrões, a quem municia com informações que interessam a eles e a si próprio. Quando precisa se posicionar publicamente sobre um caso, pede que o entrevistem ou que publiquem seus artigos, no que quase sempre é atendido.

* Em três semanas, Kakay publicara três artigos (na Folha, n’O Globo e n’O Estado de S. Paulo), participara de quatro programas de televisão, falara no Jornal Nacional, aparecera na capa de um jornal da OAB.

* Recentemente, Kakay comprou um cemitério em Belo Horizonte. Explicou por quê: “É o melhor investimento para retorno imobiliário hoje. Você compra em alqueire e vende a terra em palmos.” Um amigo arrisca que seu patrimônio ultrapasse 100 milhões de reais.

* Com uma porta de quase 7 metros de altura em madeira de demolição, e a enorme escultura de um rinoceronte na entrada, a casa de Kakay tem 1 500 metros quadrados e três pavimentos. Uma vez, um amigo paulista que o visitava ficou encantado com o clube que admirava da varanda. “Clube? É meu quintal!”, respondeu Kakay. Quando a área, no Lago Sul, era um terreno baldio, ele soube de antemão que o projeto de uma ponte vizinha fora aprovado. Arrematou o terreno por uma pechincha.

* Além da casa em Brasília, tem um apartamento de 400 metros quadrados de frente para o mar, em Ipanema, outros imóveis e participação em várias empresas. Dentre elas, há uma firma especializada na instalação de lombadas eletrônicas e radares de trânsito – com contratos com o governo federal – e a Divitex, responsável pela construção de um loteamento no sítio do Pericumã, em Brasília. Seu sócio na empresa, José Sarney, costumava passar ali os finais de semana.

* No primeiro governo Lula, o banqueiro Daniel Dantas envolveu-se numa briga de morte pelo naco mais lucrativo da telefonia, chegando a contratar a empresa de espionagem Kroll. A certa altura, chamou Kakay. A Polícia Federal fez uma batida no escritório do banqueiro e descobriu uma nota fiscal de 8 milhões de reais, relativos aos honorários do advogado. Outros dois advogados de Dantas no caso ganharam, respectivamente, 1 milhão e 3 milhões de reais. Especulou-se que Kakay encaminharia o excedente da remuneração que recebeu à cúpula do PT.

Clique AQUI para conferir o texto na íntegra.
________________________________________________________________________
Outras páginas do autor: duck city fakebook / post script epitaphius / ombudsboy / portfolio

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Constituição e Código Civil em áudio para download


Dica para concurseiros: baixe na Biblioteca Digital do Senado Federal a Constituição da República (atualizada até a Emenda 66) e o Código Civil Brasileiro, dentre outras normas, no formato mp3, pra você ouvir no trajeto até o trabalho ou durante atividades físicas.

(Altamente recomendado também pra quem sofre de insônia. Resultado 100% garantido)